SAÚDE E INTEGRIDADE INTESTINAL

Alimentos funcionais são todos os alimentos ou bebidas que, consumidos na alimentação cotidiana, podem trazer benefícios fisiológicos específicos, graças à presença de ingredientes fisiologicamente saudáveis (CÂNDIDO & CAMPOS, 2005).
As substâncias biologicamente ativas (fisiologicamente saúdaveis), encontradas nos alimentos funcionais podem ser classificadas em grupos tais como: probióticos e prebióticos, alimentos sulfurados e nitrogenados, pigmentos e vitaminas, compostos fenólicos, ácidos graxos poliinsaturados e fibras.
Os alimentos funcionais destacam-se na saúde animal por auxiliarem na manutenção de uma microbiota eutrófica (equilibrada). Sendo a mais importante a levedura Saccharomyces cerevisiae, rica em vitaminas e aminoácios que apresenta importante ação sobre a manutenção da microbiota intestinal benéfica a saúde animal.
A coprofagia resulta de um desequilíbrio nutricional devido a sobrecarga do sistema digestório, a oferta em excesso de petiscos, guloseimas, dieta rica em carboidrato causam alto grau de produtos alimentares mal digeridos sendo eliminados nas fezes.
Esses produtos alimentares associados a distúrbios digestivos e endócrinos formal fezes ricas em metabolitos mal digeridos, com um odor atrativo ao animal, motivando-o a consumir essas fezes.
FATORES NUTRICIONAIS ENVOLVIDOS COM A COPROFAGIA
A coprofagia está ligada a fatores clínicos e comportamentais, apesar de existir várias hipóteses relacionadas a sua causa ainda não existe uma resposta definitiva. A maioria dos casos estão ligados à uma soma de fatores comportamentais, fisiológicos e/ou patológicos.
Existe uma classificação de coprofagia, que se dá pelo tipo de fezes:
a) Cães que comem fezes de herbívoros;
b) Cães que comem fezes de gatos;
c) Cadelas recém-paridas que comem as fezes de seus filhotes;
d) Cães que comem as próprias fezes;
e) Cães que comem fezes de cães adultos;
f) Cães que comem fezes humanas;
g) Casos mistos.
IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS
Antes de aprofundar ao tema, a coprofagia é vista como ato medonho por alguns humanos, gerando repudia pelo animal, existem casos que estes são abandonados ou postos para adoção, contudo vale lembrar que esta é a visão HUMANA para este ato, na visão do animal ele está se livrando de uma carência alimentar e as fezes são as fontes que estão a sua disposição nesses momentos, cabe ao seu tutor recolhe-las o quanto antes e ofertar uma fonte mais segura ao seu animal, ao invés de simplesmente discriminá-lo e até descartá-lo não resolvendo a carência alimentar ou comportamental do cão.
1 - Por deficiência metabólica:
1.1 - Deficiência alimentar: qualquer situação que gere insuficiência alimentar (por privação de comida, patologia, má absorção intestinal) pode induzir o animal a consumir fezes, existem estudos que relatam que as fezes podem ser fontes de enzimas digestivas, proteínas e vitaminas do complexo B.
1.2 - Distúrbios digestórios: cães com pancreatite crônica, verminose, deficiência de enzimas pancreáticas (tripsina), síndrome da má absorção são fatores que deve ser considerados por poderem desencadear este comportamento.
1.3 - Sobrecarga do sistema digestório: que se dá por alimentação desequilibrada, por excesso de nutrientes, grande oferta de carboidratos e fibras formando fezes com algo grau de produtos alimentares mal digeridos eliminados nas fezes. O que atrai o animal e outros cães, pelo odor atrativo à eles, levando-os a consumir estas fezes.
1.4 - Deficiência de tiamina (vitamina B1): ocorre em casos de deficiência alimentar severa (ex.: cães amarrados em quintais abandonados sem oferta de alimento).
2 - Contexto ambiental:
2.1 - Cadela recém-parida: é comum que consuma as fezes de seus filhotes, com o instinto de manter o ninho limpo e não atrair predadores.
2.2 - Ansiedade relacionada a conflitos ambientais: estresse sócio-ambiental pode acarretar em vários comportamentos desvirtuados, incluindo coprofagia. (Ex.: cães entediados por poucos fatores motivacionais em seu ambiente, ansiedade da separação).
Neste parâmetro as fezes seriam vistas como um "brinquedo", gratificação ou reforço. Outro ponto que vale ser lembrado é a disposição errada do espaço em que o cão habita, gerando confusão ao animal, podendo induzir os cães a defecarem em sua própria cama, levando-o a consumi-las de forma instintiva para manter o ambiente limpo e não atraindo predadores.
2.3 - Cães que habitam canis públicos, abrigos ou permanecem por um longo período confinados: parecem ter mais pré-disposição a desenvolver o comportamento coprofágico.
2.4 - Punições excessivas e/ou mal aplicadas: relacionadas ao treinamento do cão durante seu aprendizado a fazer suas necessidades no local certo, pode levar o cão a ingerir suas fezes para evitar punições.
2.5 - Condicionamento: cães presos, confinados, privados da presença humana ou de outro cão na maior parte do dia pode desenvolver esse comportamento como forma de chamar a atenção e evitar a solidão. Animais que são mais socializados, saem à passeio regularmente, ganham brinquedos, parecem ter menos tendência a desenvolver coprofagia.
3 - Outros:
3.1 - Adaptativa: ocorre entre os 6-8 meses aproximadamente, no decorrer da história evolutiva da espécie é visto como um comportamento normal, já que o ancestral canino ainda não domesticado rondava os grupos de humanos, consumindo restos alimentares deixados para trás e as fezes.
3.2 - Fezes de herbívoros: deve-se entender que estas fezes são ricas em produtos parcialmente digeridos de origem vegetal ao ponto de ser claramente visível.
3.4 - Predisposição racial: Lhasa Apso e Shi Tzu, se forem adquirir esses raças estejam cientes e preparados para lidar com esse comportamento e procurar resolver da forma devida com orientação veterinária.
TRATAMENTO
1 - Pode-se tratar as patologias relacionadas (pancreáticas, gastroentéricas ou endócrinas) e retirar qualquer droga que possa estar causando polifagia - sob orientação veterinária.
2 - Correção das deficiências nutricionais;
3 - Restringir o acesso as fezes, removendo-as imediatamente.
A oferta de leveduras como probióticos, gera um equilibrio intestinal, mantendo o trato gastro intestinal saudável, facilitando a digestão e absorção dos nutrientes.
Estudos apontam que a administração de probióticos leve ao equilíbrio metabólico do animal sendo efetivo em 90% dos casos de coprofagia.
LEVEDURAS COMO PROBIÓTICOS
Saccharomyces cerevisiae, muito utilizados na indústria alimentícia na produção de produtos fermentados, trata-se de fungos unicelulares encontrados em abundancia na natureza em frutas cítricas, cereais e vegetais.
As leveduras não são habitantes normais do trato gastro intestinal, mas algumas cepas estão sendo utilizadas na alimentação animal, principalmente como fonte de proteína de fácil digestão, geralmente a partir de resíduos industriais fermentados ou na forma de probióticos sendo ingeridos estimulando a microbiota intestinal.
Estudos indicam que as paredes estruturais das leveduras mortas contém quantidades importantes de polissacarídeos e proteínas que podem atuar positivamente no sistema imunológico e na absorção de nutrientes. A parede celular da levedura Saccharomyces cerevisiae possui 80% a 85% de polissacarídeos, principalmente glucanos e mananos (STRATFORD, 1994).
O USO DE PREBIÓTICOS
O frutooligossacarídeo(FOS) são fibras prebióticas que não são digeridas pelas enzimas intestinais, sendo os Lactobacillus e Bi dobactérias responsáveis pela sua digestão levando ao aumento dessas bactérias benéficas no intestino.
Além disso as bactérias que fazem mal a saúde quando em excesso, microorganismos gram negativos como Salmonella e Escherichia coli, não são capazes de fermentar os frutoligossacarídeos (FOS) e mananoligossacarídeos (MOS), tendo privação de alimento o seu crescimento é diminuído quando em presença destes produtos, assim estas bactérias tem seu crescimento populacional reduzido.
Essas condições favoráveis à instalação e proliferação de microorganismos desejáveis desencadeada pela oferta de oligossacarídeos insolúveis de ação seletiva foram estudadas por GIBSON E ROBERFROID em 1995, onde comprovaram uma melhora do desempenho zootécnico quanto ao uso de certos carboidratos e proteínas na forma de cadeias ramificadas insolúveis, como a manose, que afetavam a microbiota do intestino.
Oligossacarídeos prebióticos de modo geral, são extraídos da parece celular de certos vegetais como: a chicória, cebola, alho, alcachofra, aspargo, entre outros. Não significa que deve-se dar um prato de cebola com alho ao cão, esta oferta causa envenenamento ao animal e anemia, estes bulbos são fontes, seu componente prebiótico é extraído e ofertado ao animal com segurança.
Também podem ser obtidos através de ação de enzimas microbianas como as glicosiltransferases (transglicosilases) em processos fermentativos, utilizando-se produtos agrícolas como a sacarose e o amido como substratos, para a síntese de oligossacarídeos prebióticos, sendo que estes compostos não podem ser hidrolizados pelas enzimas digestivas.
SIMBIÓTICOS = PROBIÓTICOS + PREBIÓTICOS
A ação em conjuto de probiótico e prebiótico é conhecida como de simbiótico e constitui um novo conceito na utilização de aditivos em dietas.
O uso dos simbióticos estabiliza o meio intestinal e aumenta o número de bactérias benéficas produtoras de ácido lático, favorecendo o equilíbrio intestinal. Melhorando a imunidade e melhorando a resposta de defesa e inflamatória do hospedeiro.
Esse estímulo imunológico gera produção de anticorpos tipo IgA na mucosa intestinal, reduzindo o número de bactérias patogênicas no intestino, além de ativar os macrófagos, proliferação de células T e produção de Interferon, entre outros responsáveis a uma boa imunidade da mucosa intestinal.
IMPORTÂNCIA DAS VITAMINAS
Com a administração de simbióticos tendo sucesso e refazendo a flora intestinal é importante administrar vitaminas, vale lembrar: vitamina A, Complexo B: vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), piridoxina (B6), vitamina B4 (colina), biotina (B8), ácido fólico (B9). Reestruturando a integridade física e metabólica do animal.
A principal contribuição das proteínas da dieta consiste em fornecer aminoácidos para os vários processos realizados no organismo animal.
Existem os aminoácidos “não-essenciais” (produzidos pelo próprio organismo) e os “essenciais” (como não são sintetizados pelo organismo, tem de advir da alimentação). Os aminoácidos essenciais para os cães são: valina, leucina, isoleucina, fenilalanina, etionina, treonina, lisina, triptofano e histidina.
Do grupo dos aminoácidos não essenciais, mas de importante função nutricional, temos a metionina e a glutamina.
a) - metionina: indispensável para o desenvolvimento dos tecidos e para a manutenção da vida.
b) - glutamina exerce funções muito importantes para o corpo, algumas como: imunidade, equilíbrio homeostático durante um estado de acidose, desintoxicação metabólica, livrando o corpo do nitrogênio e da amônia, mantém o controle entre catabolismo e o anabolismo, promove liberação extra de hormônio, dentre outras ações.
De modo geral, as funções dos aminoácidos está ligada ao aumento da síntese de proteínas musculares e redução da sua degradação, encurtamento do tempo de recuperação, aumento da resistência muscular, diminuição da fadiga muscular, fonte de energia durante dieta e preservação do glicogênio muscular. São encontrados aminoácidos em todas as fontes de proteína animal.
Alguns probióticos e prebióticos encontrados no mercado, destinado à cães:
Fonte: http://www.organnact.com.br/adm/upload_arquivos/produto_3_file1_pet_&_pet_palitos.pdf
Fonte: http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-RL49.pdf
Fonte: http://schipperke.com.br/psicologiacanina/?page_id=4
Alguns probióticos e prebióticos encontrados no mercado, destinado à cães:
Fonte: http://www.organnact.com.br/adm/upload_arquivos/produto_3_file1_pet_&_pet_palitos.pdf
Fonte: http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-RL49.pdf
Fonte: http://schipperke.com.br/psicologiacanina/?page_id=4
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